quarta-feira, 1 de maio de 2013


“Os apaixonados pelo mar”

Esta entrevista foi realizada com personagens apaixonadas pelo mar com o objetivo de perceber quais os seus hábitos de vida e ouvir as suas opiniões sobre a atual situação do MAR. Desta forma, entrevistei a Menina do Mar, a Menina Gotinha de Água e Ulisses. A Menina do Mar vive dentro do livro de Sophia de Mello Breyner Andresen onde desempenha o papel principal. A Menina Gotinha de Água mora no livro de Papiniano Carlos e Ulisses, o rei de Ítaca,  navega pelo livro de Maria Alberta Menéres.
Para entrevistar a Menina do Mar decidi saltar para dentro do livro onde ela vive e, como por magia, dei por mim a nadar numa água azul e brilhante com a menina, o polvo, o peixe e o caranguejo.
Bom dia, Menina do Mar, sou jornalista da Revista “Navegar nos livros” e gostaria de a entrevistar para saber como é viver no mar e o que pensa da sua atual situação.
Olá, agradeço a entrevista e acho importante falar do mar para relembrar às pessoas que têm de o tratar melhor.
Então, Menina do Mar, diga-me: como é a sua vida no mar?
Vivo com três amigos: um polvo, um caranguejo e um peixe. Passamos o dia a nadar, a rir e a brincar.
Estou a ver que tem dias muito agradáveis. E onde estão os seus pais?
Não sei, quem me trouxe para esta praia foi uma gaivota. A partir daí o polvo, o peixe e o caranguejo é que trataram de mim.
E como faz para comer?
O polvo vai buscar a comida e o caranguejo cozinha. Hum! E os seus pratos são uma delícia!
Mas a menina é tão pequenina que deve ser difícil conseguir fazer as suas coisas, não?
É, sim. Mas já por isso tenho grandes amigos. O polvo é muito trabalhador e como tem muitos braços arruma a casa e faz a minha cama. O caranguejo, para além de cozinhar, também costura os meus vestidos e até me faz colares de búzios, de corais e de pérolas. O peixe não faz nada, não tem mãos nem braços como o polvo ou tenazes como o caranguejo, mas é o meu melhor amigo, pois brinca e passeia muito comigo no fundo do mar.
Menina do mar, há pouco referiu que temos de tratar melhor o mar. Tem alguma solução para este problema?
Tenho, sim! Podiam, por exemplo, colocar mais ecopontos nas praias, fiscalizar melhor as limpezas das fábricas e sensibilizar as pessoas para a necessidade de não poluir as águas, porque a sua poluição torna-se um grave problema de saúde pública.
Muito obrigada pela sua disponibilidade. Até uma próxima oportunidade!
 Adeus, Sra. Jornalista!

Depois de entrevistar a Menina do Mar saí do seu livro e abri A Menina Gotinha de Água. Pedi para a entrevistar e ela convidou-me a entrar.
Boa tarde, Menina Gotinha. Será que lhe posso fazer algumas perguntas sobre o mar?
Sim, é claro que pode! O que deseja saber?
Verifico que tem o seu tempo muito ocupado, mas ao mesmo tempo, reparo  que se preocupa muito com o que observa e com os seres vivos. Assim, posso perguntar o que pensa da situação atual do mar?
Acho que está muito poluído, porque os rios, riachos e ribeiros têm muito lixo. Os produtos tóxicos e esgotos acabam com os seres vivos. Há seres que estão em vias de extinção e que não estão a ser devidamente protegidos.
Gotinha de Água, como acha então que podem ser protegidos estes seres em vias de extinção?
É uma pergunta difícil, porque primeiro, as pessoas têm de perceber que é essencial respeitar o meio ambiente e o ciclo da vida animal e vegetal. Não devem considerar os rios como uma lixeira, porque estão a retirar o oxigénio aos seres que lá vivem e estão a favorecer a produção de micróbios e a provocar doenças. É importante reforçar o tratamento correto das águas e dos lixos industriais e preservar a camada de ozono. Só assim é que o mar estará a salvo.
Adeus, Gotinha, e muito obrigada pela sua informação e preocupação.
O prazer foi meu e espero que as pessoas possam entender que o nosso planeta Terra deve ser respeitado, a começar pelo mar. 



Já era tarde, mas como sabia que Ulisses estava à minha espera, decidi embarcar até Ítaca, na Grécia.
Boa noite, Ulisses!
Boa noite, Daniela! Faça o favor de entrar e de se sentar.
Obrigada. Se não se importa começava a minha entrevista perguntando-lhe como se vive no mar.
Bem, vou tentar ser breve, porque como sabe, tive muitas aventuras no mar! Já ceguei um ciclope para não ser comido, já estive no meio de grandes ventos fortes, porque os meus marinheiros eram muito curiosos. Sobrevivi ao Mar das Sereias e, finalmente, cheguei a casa depois de ter perdido a memória e ter dormido um sono profundo na Terra dos Feácios.
Estou maravilhada! Quantas aventuras fantásticas! E agora, como é a sua vida?
Agora é mais calma. Aproveito a companhia da minha esposa Penélope e do meu filho Telémaco. Passeamos pela nossa ilha que é muito bonita e fazemos festas à noite, na praia, com o meu povo. Mas tenho sempre muitas saudades do mar e o meu pensamento está sempre virado para o horizonte longínquo. Sonho com mais aventuras.
Muito bem. Acha que agora o mar teria as melhores condições para estas aventuras?Não! Está demasiado poluído! A menina sabia que as ondas são muito importantes para a vida dos oceanos?
Não, porquê?
Porque auxiliam na oxigenação da água e selecionam os organismos na areia e nas rochas que vão ajudar a trazer mais oxigénio. Sabe, menina, é como se o mar reciclasse! Estando ele contaminado com lixo a flutuar na água, as ondas são menores e menos frequentes e quem vive debaixo do mar não consegue respirar bem. A vida do nosso planeta também corre perigo porque o oxigénio não chega à atmosfera. Do mar conseguimos tirar muita matéria-prima para as nossas indústrias e é uma grande fonte de energia através da força das marés. Mas como está agora, estas energias e riquezas são desperdiçadas.
Ulisses, diga-me, pela sua experiência, como se podem remediar estes problemas?
Era importante reforçar as leis marítimas. Os navios são os maiores poluidores das águas, porque derramam petróleo que intoxica a vida marinha e dificulta a tal oxigenação. Fique a saber, menina, que é muito difícil limpar o petróleo do mar! Depois, as aves que se alimentam dos peixes também morrem e contaminam outros animais. Os solos ficam comprometidos, a atividade da pesca também. Todos os ecossistemas ficam atingidos. Como pode ver, é uma situação terrível! Tem de haver regras duras e sanções para quem não as respeitar. Temos de pensar no futuro do planeta Terra e não estragá-lo. 
Obrigada e muito prazer em conhecê-lo. Adeus.
Adeus, menina Daniela. Espero que com a sua entrevista alerte o maior número de pessoas para a preservação do mar de que tanto gosto.
Terminada a entrevista, regressei à Revista e fui descansar. Tinha passado uns momentos únicos, com personagens únicas.

Daniela Rodrigues Correia - 6º C
Texto vencedor a nível de escola do Concurso "Eu escrevo !  Ler o mar"


1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns Daniela!