sexta-feira, 10 de maio de 2013



        Mais uma vez recebemos os alunos do 4º ano para lhes dar a conhecer o espaço da biblioteca escolar que vão frequentar no próximo ano letivo.
·  Nesta atividade de integração demos a conhecer o portal do CATA LIVROS disponível em http://www.catalivros.org/ da Casa da Leitura dedicado à promoção do livro digital e da leitura. Ouviram cinco histórias:  “A surdez da bisavó”; “A mais bela do mundo”; “Sopa de letras”; "Cantilena muito aguda” e " O primeiro" do “Livro com cheiro a baunilha” de Alice Vieira  e, de forma autónoma, realizaram o jogo dos sinónimos anónimos e exploraram outros jogos deste site relacionados com as histórias. 
          

quinta-feira, 9 de maio de 2013


Literacias da informação

 

Os alunos do 5º ano deslocaram-se à biblioteca para mais uma aula sobre as literacias da informação.
Esta atividade de articulação curricular com a disciplina de Português teve como objetivos dar a conhecer as seis etapas na elaboração de um trabalho de pesquisa, preconizadas no documento  The BIG 6;  obter conhecimentos sobre o texto poético;  fomentar a utilização da biblioteca escolar em contexto de aula;   incentivar à escrita e  descobrir novas tipologias textuais através da pesquisa em livros e online.

terça-feira, 7 de maio de 2013


Muitos parabéns à  Alexandra Francisco Ramôa da Costa Alves do 9º C a quem  foi atribuído o 2º prémio - modalidade texto original no Concurso Uma Aventura... Literária 2013.
De entre  mais de 10 125 trabalhos individuais e de grupo, de mais de 400 escolas do ensino básico e secundário, a aluna  destacou-se pela qualidade do trabalho que encantou o júri.
O prémio, e conforme o regulamento, consiste na publicação do seu trabalho num dos livros da coleção Uma aventura , estreando-se como autora com obra publicada. 

A Alexandra partilhou connosco o seu belíssimo texto:


E
ra uma vez um mamute. Um mamute fora-de-lei, obviamente, visto que a função, bem estipulada, dos mamutes, é estarem extintos.
O mamute estava sozinho. Claro: não tinha raça; vivia à parte da sociedade, porque não conhecia os seus iguais. Estava assim, a ser um violador da ordem, numa clareira, solitário, quando passou um leão. E todos têm conhecimento de que os leões são um símbolo de poder, pelo que o mamute pensou, alegremente, ter vislumbrado a sua solução, emoldurada pela majestosa juba que resplandecia, dourada, ao sol.
- Olá animal, disse o leão.
- ... Mamute, especificou o mamute.
- Para mim, leão, não podem existir desigualdades. Aos meus olhos, todos são iguais. São todos animais, e assim os trato, sem preferências.
- Estou extinto. Sem espécie. Sou diferente! Procuro integrar-me.
- Não discrimino ninguém. És igual a todos... A igualdade é a base da satisfação dos meus súbditos.
- Quanto a mim, apenas podes tratar todos em igualdade se reconheceres as suas diferenças...
- Que diferenças?... Um conselho: talvez possas falar com a coruja. É poeta. Ela poderá, quem sabe, ajudar-te. Dizem-se os poetas sábios...
- Já me deparei com alguns dos seus trabalhos. Mas afinal, ela apenas usa palavras sonantes e nobres em descrições. Em que me pode ajudar?
- É poeta...
       E o leão prosseguiu o  seu caminho, exuberante e pensativo, sem ao menos dar uma resposta. O mamute suspirou. Passado algum tempo, viu um conjunto de chimpanzés a passar. Às interrogações insistentes do mamute, responderam com rugidos guturais.
          - Mas é a única coisa que sabem fazer?!
          Os chimpanzés nem responderam. Prosseguiram o caminho, emitindo mais alguns sons sem sentido. O mamute sentiu-se vexado. Tentou argumentar. Os animais com os quais mais receava discutir eram os animais ignorantes; por mais que contra-argumentasse racionalmente, não obtinha reações que não sons irritantes.  Nem teve tempo de pensar muito, pois logo a seguir apareceram alguns macacos franzinos. O mamute repetiu as suas perguntas, e a resposta foi a mesma, mas com débeis grunhidos de imitação. Prosseguiram o seu caminho, pelo mesmo itinerário que os chimpanzés. Estes eram ainda piores que os outros. Se era para serem irracionais, ao menos que fossem irracionais orgulhosos e únicos. O mamute riu-se. Eram criaturas ridículas...
         O mamute já estava a desesperar, passado o breve momento de escárnio, pela sua solidão. Foi aí que passaram 3 babuínos. O mamute interpelou-os.
          - Não falamos. Não nos assemelhamos a ninguém. Somos diferentes, temos um mundo à parte. Estamos sozinhos, as nossas ideias são distintas, não conseguirás compreender.
          - A minha raça está extinta, também!
          Mas os babuínos seguiram o seu caminho, de cabeça erguida. Nunca tinham visto nenhum animal assim... ser estranho!
          Só assimilam diferenças de semelhantes, pensou o mamute, deixá-los-ei viverem isolados no seu grupo. Que difundam a sua rebeldia, exclusão e solidão em uníssono... Só alguns ouviriam – a ele era-lhe indiferente.
           Acabadas as considerações, o mamute quase que desesperava novamente, quando ouviu barulhos, e umas trombas destacaram-se entre o arvoredo. Era uma manada de elefantes. Correu e juntou-se ao grupo, no fim da manada. Deixou para trás o pêlo.

domingo, 5 de maio de 2013


O dia 5 de Maio foi fixado como a data em que é anualmente comemorada a “Língua Portuguesa e a Cultura da CPLP”, uma decisão saída do XIV Conselho de Ministros da CPLP, realizado em Junho de 2009, em Cabo Verde. Nesta data, os ministros dos Negócios Estrangeiros e das Relações Exteriores recomendaram aos Estados-membros, às instituições da CPLP, aos Observadores Associados e Consultivos e às diásporas dos países da CPLP, a comemoração do Dia da Língua Portuguesa, tendo em vista a sua afirmação crescente nos Estados membros e na Comunidade internacional.
Para assinalar este dia o Departamento de Línguas e a Biblioteca prepararam algumas actividades : leitura  de poemas de autores da CPLP por alunos do 6º, 7º 8º e 9º em  todas as turmas ao longo dia 6 de maio.  
Pode ainda ser visitada a exposição sobre a CPLP e a mostra bibliográfica de autores de língua oficial portuguesa. Ao longo do mês, os alunos poderão responder ao formulário online sobre aspectos da cultura dos países lusófonos. 

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Alguns trabalhos realizados pelos  alunos do 6º ano para o encontro com o escritor Vergílio Alberto Vieira.



“Os apaixonados pelo mar”

Esta entrevista foi realizada com personagens apaixonadas pelo mar com o objetivo de perceber quais os seus hábitos de vida e ouvir as suas opiniões sobre a atual situação do MAR. Desta forma, entrevistei a Menina do Mar, a Menina Gotinha de Água e Ulisses. A Menina do Mar vive dentro do livro de Sophia de Mello Breyner Andresen onde desempenha o papel principal. A Menina Gotinha de Água mora no livro de Papiniano Carlos e Ulisses, o rei de Ítaca,  navega pelo livro de Maria Alberta Menéres.
Para entrevistar a Menina do Mar decidi saltar para dentro do livro onde ela vive e, como por magia, dei por mim a nadar numa água azul e brilhante com a menina, o polvo, o peixe e o caranguejo.
Bom dia, Menina do Mar, sou jornalista da Revista “Navegar nos livros” e gostaria de a entrevistar para saber como é viver no mar e o que pensa da sua atual situação.
Olá, agradeço a entrevista e acho importante falar do mar para relembrar às pessoas que têm de o tratar melhor.
Então, Menina do Mar, diga-me: como é a sua vida no mar?
Vivo com três amigos: um polvo, um caranguejo e um peixe. Passamos o dia a nadar, a rir e a brincar.
Estou a ver que tem dias muito agradáveis. E onde estão os seus pais?
Não sei, quem me trouxe para esta praia foi uma gaivota. A partir daí o polvo, o peixe e o caranguejo é que trataram de mim.
E como faz para comer?
O polvo vai buscar a comida e o caranguejo cozinha. Hum! E os seus pratos são uma delícia!
Mas a menina é tão pequenina que deve ser difícil conseguir fazer as suas coisas, não?
É, sim. Mas já por isso tenho grandes amigos. O polvo é muito trabalhador e como tem muitos braços arruma a casa e faz a minha cama. O caranguejo, para além de cozinhar, também costura os meus vestidos e até me faz colares de búzios, de corais e de pérolas. O peixe não faz nada, não tem mãos nem braços como o polvo ou tenazes como o caranguejo, mas é o meu melhor amigo, pois brinca e passeia muito comigo no fundo do mar.
Menina do mar, há pouco referiu que temos de tratar melhor o mar. Tem alguma solução para este problema?
Tenho, sim! Podiam, por exemplo, colocar mais ecopontos nas praias, fiscalizar melhor as limpezas das fábricas e sensibilizar as pessoas para a necessidade de não poluir as águas, porque a sua poluição torna-se um grave problema de saúde pública.
Muito obrigada pela sua disponibilidade. Até uma próxima oportunidade!
 Adeus, Sra. Jornalista!

Depois de entrevistar a Menina do Mar saí do seu livro e abri A Menina Gotinha de Água. Pedi para a entrevistar e ela convidou-me a entrar.
Boa tarde, Menina Gotinha. Será que lhe posso fazer algumas perguntas sobre o mar?
Sim, é claro que pode! O que deseja saber?
Verifico que tem o seu tempo muito ocupado, mas ao mesmo tempo, reparo  que se preocupa muito com o que observa e com os seres vivos. Assim, posso perguntar o que pensa da situação atual do mar?
Acho que está muito poluído, porque os rios, riachos e ribeiros têm muito lixo. Os produtos tóxicos e esgotos acabam com os seres vivos. Há seres que estão em vias de extinção e que não estão a ser devidamente protegidos.
Gotinha de Água, como acha então que podem ser protegidos estes seres em vias de extinção?
É uma pergunta difícil, porque primeiro, as pessoas têm de perceber que é essencial respeitar o meio ambiente e o ciclo da vida animal e vegetal. Não devem considerar os rios como uma lixeira, porque estão a retirar o oxigénio aos seres que lá vivem e estão a favorecer a produção de micróbios e a provocar doenças. É importante reforçar o tratamento correto das águas e dos lixos industriais e preservar a camada de ozono. Só assim é que o mar estará a salvo.
Adeus, Gotinha, e muito obrigada pela sua informação e preocupação.
O prazer foi meu e espero que as pessoas possam entender que o nosso planeta Terra deve ser respeitado, a começar pelo mar. 



Já era tarde, mas como sabia que Ulisses estava à minha espera, decidi embarcar até Ítaca, na Grécia.
Boa noite, Ulisses!
Boa noite, Daniela! Faça o favor de entrar e de se sentar.
Obrigada. Se não se importa começava a minha entrevista perguntando-lhe como se vive no mar.
Bem, vou tentar ser breve, porque como sabe, tive muitas aventuras no mar! Já ceguei um ciclope para não ser comido, já estive no meio de grandes ventos fortes, porque os meus marinheiros eram muito curiosos. Sobrevivi ao Mar das Sereias e, finalmente, cheguei a casa depois de ter perdido a memória e ter dormido um sono profundo na Terra dos Feácios.
Estou maravilhada! Quantas aventuras fantásticas! E agora, como é a sua vida?
Agora é mais calma. Aproveito a companhia da minha esposa Penélope e do meu filho Telémaco. Passeamos pela nossa ilha que é muito bonita e fazemos festas à noite, na praia, com o meu povo. Mas tenho sempre muitas saudades do mar e o meu pensamento está sempre virado para o horizonte longínquo. Sonho com mais aventuras.
Muito bem. Acha que agora o mar teria as melhores condições para estas aventuras?Não! Está demasiado poluído! A menina sabia que as ondas são muito importantes para a vida dos oceanos?
Não, porquê?
Porque auxiliam na oxigenação da água e selecionam os organismos na areia e nas rochas que vão ajudar a trazer mais oxigénio. Sabe, menina, é como se o mar reciclasse! Estando ele contaminado com lixo a flutuar na água, as ondas são menores e menos frequentes e quem vive debaixo do mar não consegue respirar bem. A vida do nosso planeta também corre perigo porque o oxigénio não chega à atmosfera. Do mar conseguimos tirar muita matéria-prima para as nossas indústrias e é uma grande fonte de energia através da força das marés. Mas como está agora, estas energias e riquezas são desperdiçadas.
Ulisses, diga-me, pela sua experiência, como se podem remediar estes problemas?
Era importante reforçar as leis marítimas. Os navios são os maiores poluidores das águas, porque derramam petróleo que intoxica a vida marinha e dificulta a tal oxigenação. Fique a saber, menina, que é muito difícil limpar o petróleo do mar! Depois, as aves que se alimentam dos peixes também morrem e contaminam outros animais. Os solos ficam comprometidos, a atividade da pesca também. Todos os ecossistemas ficam atingidos. Como pode ver, é uma situação terrível! Tem de haver regras duras e sanções para quem não as respeitar. Temos de pensar no futuro do planeta Terra e não estragá-lo. 
Obrigada e muito prazer em conhecê-lo. Adeus.
Adeus, menina Daniela. Espero que com a sua entrevista alerte o maior número de pessoas para a preservação do mar de que tanto gosto.
Terminada a entrevista, regressei à Revista e fui descansar. Tinha passado uns momentos únicos, com personagens únicas.

Daniela Rodrigues Correia - 6º C
Texto vencedor a nível de escola do Concurso "Eu escrevo !  Ler o mar"


O Mar  
A verdadeira interpelação

O Mar concedeu-me uma entrevista. Tantas vezes discriminado em prol daquele que é aclamado como um dos melhores poetas portugueses , contesta: «Não sou menos que o Homem». Podendo sua frase introdutória parecer de uma vulgaridade fictícia em busca de algo para dizer, a sua veracidade confirma-se. Afinal, o entrevistado é conhecido pela sua profundidade.

Estamos a 1934. É publicado um livro, «A Mensagem», que, vítima de uma minuciosa inspeção por olhos curiosos, revela um poema em particular, durante anos (que certamente se prolongarão) aclamado pelos portugueses: «Mar Português», de Fernando Pessoa. Merecerá o Mar o título cruel que lhe é atribuído sem ponderação? Segundo o próprio, não.
Está um dia chuvoso. As coroas de espuma enfurecem-se em êxtase, formando  turbilhões infinitos, as ondas exaltam-se com uma respiração ritmada, as ondas eriçam-se com vagar. No entanto, o Mar justifica-se com ciência: «São tudo fenómenos explicáveis». Contesta por sua vez a ira que lhe é atribuída, e estabelece uma comparação entre si e a Humanidade, defendendo que «Há coisas complexas. Os cientistas investigam e, por muito que descubram e rotulem com palavras latinas, nunca descobrirão o suficiente. Pensando nisto, o mesmo acontece com as pessoas.
Podem encontrar sentidos para a vida, construir supostos sucessos, esquematizar cidades, repensar a vida, encontrar uma lógica para tudo, planear percursos pré-definidos para cada um, transformando o impensável na realidade usual, assim como podem dizer que sou feito de moléculas, especificar a sua geometria e constituição, como ganhei o meu sal – quer em justificações mais concretas cientificamente quer noutras mais liberais – fundamentar tudo. Podem criar artes, dizer que algo criado ao desbarato é raro, definir prioridades ridículas. Mas nunca chegarão a perceber realmente as coisas».
Quando confrontado com o testemunho poético supramencionado, nega a sua culpa, citando um verso do poema e alegando que «Nunca fui de ninguém. Nunca irei ser. Nunca deveriam ter tentado que fosse...». Após uma pausa, acrescenta: «A história repete-se, tanto com poluição como com lágrimas. Afinal, o indesejável sobra para mim.» Confundiremos nós, portugueses, origem com destino? O Mar nega responsabilidades. «Tentativas infrutíferas de domar um ser selvagem têm consequências. Por alguma razão, nuns sítios sou Pacífico, noutros não. Não ousem, não usem.», diz ainda.
Nas costas portuguesas, encontra-se desfraldada a bandeira portuguesa, despedaçada em três cores, como despedaçados foram os navios que se atreveram a ir contra a fúria das ondas, como despedaçados foram milhares de corações. No entanto, essa não merece muita atenção.
Confrontado ainda com um atentado a uma épica epopeia portuguesa, o entrevistado sorri tristemente. «Portugal é o réu, eu sou o juiz. Mortes são o crime, mortes são a pena. Resta apenas saber se o crime vale a pena...», suspira.
Como derradeira conclusão, o Mar é inquirido: será que esta reportagem pode mudar a mentalidade dos portugueses? Apenas recebo como resposta uma breve e ríspida frase, acompanhada de um novo suspiro: «Se a alma não for pequena»
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Alexandra F. Ramôa Alves, 9ºC
Texto vencedor a nível de escola do Concurso "Eu escrevo! Ler o Mar"