“Os apaixonados pelo mar”
Esta entrevista foi realizada
com personagens apaixonadas pelo mar com o objetivo de perceber quais os seus
hábitos de vida e ouvir as suas opiniões sobre a atual situação do MAR. Desta
forma, entrevistei a Menina do Mar, a Menina Gotinha de Água e Ulisses. A
Menina do Mar vive dentro do livro de Sophia de Mello Breyner Andresen onde
desempenha o papel principal. A Menina Gotinha de Água mora no livro de
Papiniano Carlos e Ulisses, o rei de Ítaca,
navega pelo livro de Maria Alberta Menéres.
Para entrevistar a Menina do Mar
decidi saltar para dentro do livro onde ela vive e, como por magia, dei por mim
a nadar numa água azul e brilhante com a menina, o polvo, o peixe e o
caranguejo.
Bom
dia, Menina do Mar, sou jornalista da Revista “Navegar nos livros” e gostaria
de a entrevistar para saber como é viver no mar e o que pensa da sua atual
situação.
Olá, agradeço a entrevista e
acho importante falar do mar para relembrar às pessoas que têm de o tratar
melhor.
Então,
Menina do Mar, diga-me: como é a sua vida no mar?
Vivo com três amigos: um
polvo, um caranguejo e um peixe. Passamos o dia a nadar, a rir e a brincar.
Estou
a ver que tem dias muito agradáveis. E onde estão os seus pais?
Não sei, quem me trouxe para
esta praia foi uma gaivota. A partir daí o polvo, o peixe e o caranguejo é que
trataram de mim.
E
como faz para comer?
O polvo vai buscar a comida
e o caranguejo cozinha. Hum! E os seus pratos são uma delícia!
Mas
a menina é tão pequenina que deve ser difícil conseguir fazer as suas coisas,
não?
É, sim. Mas já por isso
tenho grandes amigos. O polvo é muito trabalhador e como tem muitos braços
arruma a casa e faz a minha cama. O caranguejo, para além de cozinhar, também
costura os meus vestidos e até me faz colares de búzios, de corais e de
pérolas. O peixe não faz nada, não tem mãos nem braços como o polvo ou tenazes
como o caranguejo, mas é o meu melhor amigo, pois brinca e passeia muito comigo
no fundo do mar.
Menina
do mar, há pouco referiu que temos de tratar melhor o mar. Tem alguma solução
para este problema?
Tenho, sim! Podiam, por
exemplo, colocar mais ecopontos nas praias, fiscalizar melhor as limpezas das
fábricas e sensibilizar as pessoas para a necessidade de não poluir as águas,
porque a sua poluição torna-se um grave problema de saúde pública.
Muito
obrigada pela sua disponibilidade. Até uma próxima oportunidade!
Adeus, Sra. Jornalista!
Depois de entrevistar a
Menina do Mar saí do seu livro e abri A Menina
Gotinha de Água. Pedi para a
entrevistar e ela convidou-me a entrar.
Boa
tarde, Menina Gotinha. Será que lhe posso fazer algumas perguntas sobre o mar?
Sim, é claro que pode! O que
deseja saber?
Verifico
que tem o seu tempo muito ocupado, mas ao mesmo tempo, reparo que se preocupa muito com o que observa e com
os seres vivos. Assim, posso perguntar o que pensa da situação atual do mar?
Acho que está muito poluído,
porque os rios, riachos e ribeiros têm muito lixo. Os produtos tóxicos e
esgotos acabam com os seres vivos. Há seres que estão em vias de extinção e que
não estão a ser devidamente protegidos.
Gotinha
de Água, como acha então que podem ser protegidos estes seres em vias de
extinção?
É uma pergunta difícil,
porque primeiro, as pessoas têm de perceber que é essencial respeitar o meio
ambiente e o ciclo da vida animal e vegetal. Não devem considerar os rios como
uma lixeira, porque estão a retirar o oxigénio aos seres que lá vivem e estão a
favorecer a produção de micróbios e a provocar doenças. É importante reforçar o
tratamento correto das águas e dos lixos industriais e preservar a camada de
ozono. Só assim é que o mar estará a salvo.
Adeus,
Gotinha, e muito obrigada pela sua informação e preocupação.
O prazer foi meu e espero
que as pessoas possam entender que o nosso planeta Terra deve ser respeitado, a
começar pelo mar.
Já era tarde, mas como sabia
que Ulisses estava à minha espera,
decidi embarcar até Ítaca, na Grécia.
Boa
noite, Ulisses!
Boa noite, Daniela! Faça o
favor de entrar e de se sentar.
Obrigada.
Se não se importa começava a minha entrevista perguntando-lhe como se vive no
mar.
Bem, vou tentar ser breve,
porque como sabe, tive muitas aventuras no mar! Já ceguei um ciclope para não
ser comido, já estive no meio de grandes ventos fortes, porque os meus
marinheiros eram muito curiosos. Sobrevivi ao Mar das Sereias e, finalmente,
cheguei a casa depois de ter perdido a memória e ter dormido um sono profundo
na Terra dos Feácios.
Estou
maravilhada! Quantas aventuras fantásticas! E agora, como é a sua vida?
Agora é mais calma.
Aproveito a companhia da minha esposa Penélope e do meu filho Telémaco.
Passeamos pela nossa ilha que é muito bonita e fazemos festas à noite, na praia,
com o meu povo. Mas tenho sempre muitas saudades do mar e o meu pensamento está
sempre virado para o horizonte longínquo. Sonho com mais aventuras.
Muito
bem. Acha que agora o mar teria as melhores condições para estas aventuras?Não! Está demasiado
poluído! A menina sabia que as ondas são muito importantes para a vida dos
oceanos?
Não, porquê?
Porque auxiliam
na oxigenação da água e selecionam os organismos na areia
e nas rochas que vão ajudar a trazer mais oxigénio. Sabe, menina, é como se o
mar reciclasse! Estando ele contaminado com lixo a flutuar na água, as ondas
são menores e menos frequentes e quem vive debaixo do mar não consegue respirar
bem. A vida do nosso planeta também corre perigo porque o oxigénio não chega à
atmosfera. Do mar conseguimos tirar muita matéria-prima para as
nossas indústrias e é uma grande fonte de energia através da força das marés.
Mas como está agora, estas energias e riquezas são desperdiçadas.
Ulisses, diga-me, pela sua experiência, como se podem
remediar estes problemas?
Era importante
reforçar as leis marítimas. Os navios são os maiores poluidores das águas,
porque derramam petróleo que intoxica a vida marinha e dificulta a tal
oxigenação. Fique a saber, menina, que é muito difícil limpar o petróleo do
mar! Depois, as aves que se alimentam dos peixes também morrem e contaminam
outros animais. Os solos ficam comprometidos, a atividade da pesca também.
Todos os ecossistemas ficam atingidos. Como pode ver, é uma situação terrível!
Tem de haver regras duras e sanções para quem não as respeitar. Temos de pensar
no futuro do planeta Terra e não estragá-lo.
Obrigada e muito prazer em conhecê-lo. Adeus.
Adeus, menina
Daniela. Espero que com a sua entrevista alerte o maior número de pessoas para
a preservação do mar de que tanto gosto.
Terminada a
entrevista, regressei à Revista e fui descansar. Tinha passado uns momentos
únicos, com personagens únicas.
Daniela
Rodrigues Correia - 6º C
Texto vencedor a nível de escola do Concurso "Eu escrevo ! Ler o mar"