domingo, 29 de janeiro de 2012

«A meio da noite Pedro despertou estremunhado. Não sabia ao certo onde estava, estranhou a falta dos panos da tenda e a moleza do chão. "Já acabou o acampamento mas isto não é o meu quarto". Pensou com as ideias envolvidas em nebulosa. "A...". Um ruído surdo seguido de estalidos pô-lo de sobreaviso. "O que é isto?" Sentara-se na cama a esfregar os olhos e apesar da escuridão pegou nos óculos. Os ruídos continuavam: crac... crac..., com um certo ritmo de barulho e pausas salteadas. Não se tratava portanto de estalidos na madeira. Olhou pela janela e chuva também não era. "Ratos?" Apurou o ouvido e ficou sem pinga de sangue porque lhe pareceu ouvir uma respiração ofegante atrás da parede.

— Chico! — chamou em surdina. — Chico! Queria acender a luz e não atinava com o fio do candeeiro. "Ah... ah..." A respiração alterara-se e agora ressoavam suspiros! Gelado de pavor, saltou da cama e foi abanar o Chico.

— Acorda, pá! Ele sobressaltou-se.

— Hã... o que foi? Hã?

As raparigas, acordadas pelo mesmo som cavernoso, reagiram lançando-se pela escada abaixo a chamar pelos amigos. Chocaram com eles, tropeçaram uns nos outros e rebolaram pelo tapete em várias direcções. Pedro deu uma bruta cabeçada na parede, Filipa magoou-se horrivelmente no bico de uma mesa, as gémeas derrubaram peças de loiça e os gemidos foram abafados por um berro monumental e gutural:

— Uahrrr... Seguiu-se uma berraria desafinada e a luz acendeu-se como que por encanto. Estavam todos brancos como a cal e entreolharam-se apalermados.

— O que é que aconteceu? — gaguejou a Filipa. — Ah... — Ouvi barulhos...

— Eu também. Instintivamente calaram-se, e o silêncio abateu-se sobre eles como uma garra.

— Tenho os ombros gelados — queixou-se a Teresa.

Luísa esfregou os próprios braços como se também ela sentisse frio.

— Quem é que acendeu a luz? — perguntou.

— Quanto a isso não se preocupem — informou o Pedro. — Carreguei num botão por acaso.

— E quem é que deu berros tipo urso enfurecido? O João e o Chico acusaram-se, abanando a cabeça, e deixaram-se cair ambos no sofá.

— Acho que vi um fantasma — disse o João por fim. — Ou melhor, tenho a certeza.»

in Uma Aventura na Casa Assombrada, pp. 46-47

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012



No dia 15 de Fevereiro vamos receber a visita da escritora Ana Maria Magalhães, a prestigiada autora dos livros da coleção"Uma aventura",entre outras, escrita em parceria com a escritora Isabel Alçada.


Esta visita integra-se nas atividades que a biblioteca desenvolve em colaboração com a Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.
Para que este encontro seja um momento inesquecível na vida escolar dos alunos do sexto ano, todas as turmas selecionaram algumas obras que estão a ler e preparam com entusiamo esta visita.

A Biblioteca sugere a leitura da biografia da escritora que pode ser lida integralmente aqui


"Ana Maria Magalhães nasceu em Lisboa a 14 de Abril de 1946, no seio de uma enorme família onde as crianças ocupavam o primeiro lugar. A casa albergava pais, avós, uma tia viúva notável contadora de histórias. Ali eram recebidos também com frequência os muitos tios e primos, que se instalavam para passar temporadas quando vinham do Porto, da Régua, de Moncorvo, trazendo consigo outras posturas, outras histórias, uma linguagem diferente com outras expressões, outras sonoridades. A infância e juventude decorreram portanto num ambiente alegre, caloroso, rico de experiências humanas. Foi aluna do Colégio Sagrado Coração de Maria, onde concluiu o Ensino Secundário. Licenciou-se em Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo acumulado, durante os três primeiros anos, com a frequência do Curso Superior de Psicologia Aplicada no ISPA. O casamento, aos 21 anos, obrigaria a uma opção. Ainda estudante, começou a trabalhar na Cambridge School e depois no Gabinete de Estudos dos Serviços de Apoio à Juventude do Ministério da Educação. Iniciou a actividade docente como professora de História de Portugal do 2º ciclo no ano lectivo de 1969/1970, no Liceu António Enes, em Lourenço Marques, Moçambique. O contacto próximo com crianças africanas, indianas, chinesas e portuguesas foi tão motivante que, de regresso a Lisboa, decidiu enveredar definitivamente pela carreira docente. Encontrou colocação na Escola Preparatória de Salvaterra de Magos, onde teve oportunidade de conhecer o meio rural, experiência muito gratificante, apesar das dificuldades inerentes ao facto de trabalhar longe de casa tendo dois filhos pequenos. (...)"

Consulta o site Uma Aventura e participa no passatempo "`Saber+ sobre Ana Maria Magalhães " para te habilitares a ganhar livros da autora.


Livro do mês


-Achas que deixam entrar cães?

- Não sei. O melhor é não perguntarmos e irmos entrando.

A Luísa pegou no Caracol e falou com voz meiga enquanto lhe afagava as orelhas.

-Porta-te bem, hã? Nada de latidos.

Quanto ao João, segurou firmemente a coleira do Faial e ordenou-lhe:

- Não te afastes de mim nem ladres.

O cão resfolgou e, agitando o enorme corpo peludo, acertou o passo com o dono de modo a formarem um conjunto perfeito de quatro patas e duas pernas.

Avançaram então pela beirinha da estrada, todos tão perto do muro que roçavam os braços na pedra. Quando chegaram ao portão, pararam um instante, encantados.

- Eh pá! Esta quinta é um espetáculo!

- A casa parece um palácio.

Teresa foi a primeira a pisar o caminho que corria entre duas filas de árvores acolhedoras. Sentindo o saibro ranger debaixo das solas, estremeceu de prazer.

- Isto dá a sensação de que vamos atravessar um sonho.

- E vamos mesmo- disse a irmã. - Só encontramos o que viemos procurar se atravessarmos o mundo da fantasia.

Os rapazes riram-se.

- Resolveste armar em poeta ou não acreditas na história da mancha vermelha?- perguntou o Pedro.


in " Uma aventura na Quinta das Lágrimas", pp.10-11


Agora descobre tu esta história fantástica ligada ao romance de amor mais trágico da História de Portugal, o romance de D. Pedro e D. Inês.


Boas Leituras.

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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012



Vencedores do Concurso Nacional de Leitura


Rafael Alexandre da Costa Araújo– 9º B
Alexandra Ramôa da Costa Alves–8ºC
João Ramos da Costa – 7º E


Resultados por ano de escolaridade
1º lugar
João Ramos da Costa – 7º E
2º lugar
Ana Catarina Castro Rebelo – 7º D
3º lugar
Ana Catarina Gonçalves Costa – 7º G


1º lugar
Alexandra Ramôa Alves – 8 º C
2º lugar
Mafalda Ramôa Alves – 8º C
3º lugar
Ana Isabel Guimarães – 8º E



1º lugar
Rafael Alexandre Araújo – 9º B
2º lugar
Patrícia Vanessa de Sá Dias - 9º B
3º lugar
Luís Henrique Veloso Mesquita - 9º B




Alunos suplentes para a fase distrital
Na impossibilidade de algum aluno apurado em 1º lugar comparecer na fase distrital, será substituído pelo(a) aluno(a) que se classificou em 2º lugar.
A fase distrital realizar-se-á na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva em Braga, em data a anunciar.
Os livros para esta fase serão escolhidos por esta biblioteca e serão divulgados oportunamente.


Parabéns a todos e continuação de excelentes leituras!


1º Fase - 31 de Janeiro


2º Fase - Março na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva





terça-feira, 10 de janeiro de 2012


O Concurso «Eu conto!» é uma iniciativa do Plano Nacional de Leitura, em parceria com o Banco Popular, que se enquadra na 6ª Edição da Semana da Leitura e que tem como temática central COOPERAÇÃO/ SOLIDARIEDADE.

Público‐alvo do concurso: Crianças da educação pré‐escolar e os alunos dos 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico e do ensino secundário, dos estabelecimentos de educação e de ensino das redes pública e privada.



- Às crianças da educação pré‐escolar e do 1º ciclo do ensino básico é proposta a representação/ilustração de um conto (anteriormente ouvido ou lido e relacionado com as áreas temáticas propostas) através de desenhos, colagens, pinturas ou outras técnicas que se enquadram na produção de trabalhos de expressão plástica;


- Aos alunos dos 2º e 3º ciclos do ensino básico e do ensino secundário é proposta a criação de um conto escrito e a produção da respetiva capa, que deverá estar relacionada diretamente com aquele e será também avaliada do ponto de vista da expressão plástica.


Ver regulamento aqui
Concurso "Um génio invulgar"
O concurso constava da leitura do livro " Um rapaz invulgar - O pequeno Albert Einstein" de Bon Brown, resposta a questões sobre a obra e elaboração de um comentário com base em palavras-chave.

Vencedores
1º lugar
Maria Beatriz Barbosa, 6º A


«Albert Einstein é, provavelmente, o maior génio do século XX. Foi um pensador brilhante, um génio da Física que revolucionou o conhecimento do universo com a teoria da relatividade e pôs em causa as leis estabelecidas por Newton. Foi, ainda, genial no âmbito da matemática - a sua fórmula E=mc2 é, possivelmente, a equação mais famosa alguma vez concebida. Ele representa a genialidade, a persistência, o amor pela ciência, pelo que, deve ser um modelo a seguir por todas as gerações de estudantes.»



2º lugar
Pedro Gabriel Fernandes Pereira, 6º A

3º lugar
Joel Loureiro, 7º G
Ricardo Vieira Magalhães, 5º A
Atividade de escrita realizada, na biblioteca, na sequência da leitura do livro "O estranho mundo de Jack" de Tim Burton, e visionamento de excertos do filme homónimo.

Jack vivia em Hallowwen todo o dia,
mas sentia uma enorme melancolia.
Então começou a vaguear
e na floresta três portas foi encontrar.
Escolheu a que mais lhe agradou
e na cidade do Natal entrou.
Viu um mundo de alegria
que em tudo o surpreendia.
Quando viu o Pai Natal,
decidiu que queria ser igual.
Tratou de o mandar raptar
e num plano mirabolante se pôs a cismar.
Pegou no trenó-caixão, começou a voar
e presentes diabólicos se pôs a entregar.
Mas as pessoas não gostaram
e com mísseis o atacaram.
Um míssil certeiro o atingiu
e o pobre Jack do trenó caiu.
Ficou muito triste e pôs-se a cogitar:
«-O que é que no plano está a falhar?»
O Pai Natal, no cemitério, apareceu
e Jack Esquelético surpreendeu.
Disse-lhe que devia voltar
Ao seu mundo onde era o seu lar.
Em Hallowwen era especial
e não na cidade do Natal.
Para a sua cidade Jack regressou
e a felicidade experimentou.


Diogo Alexandre e Ricardo Silva, 7º E